Visitar Svalbard está no grupo das mais interessantes viagens de exploração que alguém pode realizar. Este Arquipélago situado no Ártico, a 1000 km do Pólo Norte, é banhado pelo Mar de Barents a Leste e pelo mares da Noruega e da Gronelândia a Oeste. Assinado em 1920, o Tratado de Svalbard reconhece a soberania da Noruega sobre o arquipélago e as suas águas territoriais. Foi ainda determinado que os países aderentes adquirissem o direito de explorar as ilhas comercialmente.
O primeiro contacto oficial com a civilização europeia deu-se quando no século XVI, Willem Barrentsz por aqui passou na tentativa de encontrar uma passagem para a China através do Ártico. Este viajante cujo nome é sinónimo do Mar que banha a costa sudeste das ilhas, cunhou o nome pelo qual conhecemos hoje a maior ilha do arquipélago, Spitsbergen. Daí ao aparecimento de Longyearbyen, a capital. A primeira mina moderna foi inaugurada em Longyearbyen em 1906, e à povoação que cresceu em torno dela foi dado o nome do industrial dono da companhia mineira, John Munroe Longyear. Nasceu assim a cidade (byen) de Longyearbyen - a cidade mais a Norte do planeta. Atualmente, apenas existe uma mina nas redondezas que continua a funcionar, fornecendo à cidade o combustível para aquecimento e energia. Esta cidade também se tornou famosa por ter sido o local escolhido, para a construção do Global Seed Vault, - cofre forte global de sementes, escavado no interior de uma montanha, armazenando já mais de quatro milhões de amostras de sementes oriundas de todo o mundo. A visita ao seu interior não é permitida. Quem visita Longyearbyen procura o contacto com a natureza agreste do Ártico e com a sua fauna característica, na qual sobressai o urso polar. Porém tem mais, um encanto próprio e muitas atrações, sendo talvez um dos lugares mais improváveis do planeta onde se pode esperar um lugar tão especial, com um restaurante de classe mundial. Mas, realmente, é exatamente isso que é o Huset. Excelente serviço, uma cozinha muito inovadora e criativa, vinhos de alta qualidade (mais de 22 000 garrafas na adega). Para além deste espaço gourmet existe um outro, igualmente imperdíveis os restaurantes, Gruvelageret, Kroa e o Fruene. Mas em Longyearbyen também é possível visitar a igreja localizada mais Setentrional do mundo, os dois museus, as antigas minas de carvão, passear e fazer compras pela cidade. Para os mais aventureiros, fazer uma caminhada a um dos glaciares à porta da cidade ou subir à montanha vizinha chamada Sukkertoppen ou contemplar a cidade e toda a imensa paisagem em redor. Em Longyearbyen e nos arredores, encontram-se ainda restos das construções associadas à exploração mineira, agora protegidas por lei e consideradas património cultural. Na cidade, entre outros, um dos hotéis mais populares é o Mary Ann’s Polarrigg. Também próximo do centro da capital existe um tipo de alojamento muito interessante e acessível, anteriormente utilizado pelos antigos mineiros - Coal Miners’ Cabins. Em Longyearbyen e nos arredores, encontram-se ainda restos das construções associadas à exploração mineira, agora protegidas por lei e consideradas património cultural.
No Arquipélago vivem pouco mais de 2000 habitantes e mais de 3000 ursos polares. Neste território ártico os invasores são os humanos. A preservação deste habitat natural está nas mãos das pessoas que habitam o Ártico e de todos aqueles que aqui vivem, aceitando com naturalidade essa comunhão com a natureza. Aqui só há duas estações do ano, duas realidades diferentes, sendo aconselhável visitar Svalbard nos meses de junho, julho, agosto e setembro. O Sol da meia-noite dura de 20 de abril a 23 de agosto e a noite ártica de 26 de outubro a 15 de fevereiro. Nesta época é possível fazer passeios de barco, caiaque, trekkings nas montanhas e glaciares, e até observar a fauna do Ártico, como baleias, focas ou morsas. É ainda nesta época que se pode apreciar um dos mais belos espetáculos que a Natureza oferece, as auroras boreais. Muitas vezes são tão intensas que iluminam o vale e as montanhas em redor. Fazendo parte da história de Svalbard, realce para a antiga cidade mineira de Pyramiden, uma das cidades mais a Norte do mundo e que hoje não passa de uma cidade fantasma, com objetos pessoais ainda nas habitações. O busto de Lenin ainda vigia a praça principal. A União Soviética adquiriu em 1936 os direitos sobre os depósitos de carvão em Pyramiden e Barentsburg, um pouco mais para o Sul. Após um período conturbado, o último habitante deixou a cidade em 10 de Outubro de 1998. É possível fazer- se a viagem da capital até Pyramiden de mota de neve. Sem dúvida uma viagem difícil, mas deslumbrante - vales gelados e montanhas, um enorme fiorde congelado (Templefjorden), cercado por glaciares e onde habitam raposas árticas e centenas de focas observadas por ursos polares.
Em Svalbard apenas existe um aeroporto comercial localizado na capital, com ligações para Oslo e Tromsø, na Noruega. No Verão ainda há ligações para Tromsø, através de barco de cruzeiro. De Verão ou de Inverno, Svalbard é o local ideal para experimentar a vida no Ártico. Viajar de forma independente neste arquipélago é difícil, especialmente durante o Inverno, mas é possível fazer algumas atividades que não nos deixam indiferente. Será a possibilidade para se conhecer um pouco da vida no Ártico.