Localizado no Atlântico Sul, Tristão da Cunha é a ilha habitada mais isolada do mundo, tendo como pontos mais próximos Santa Helena (a 2420 km) e a cidade do Cabo, na África do Sul, a 2800 km. O arquipélago tem seis ilhas: Tristão da Cunha, Nightingale, Inacessível, Gonçalo Álvares, Ilha do Meio e Stolthenhoff e faz parte do Território Ultramarino - Santa Helena, Ascensão e Tristão da Cunha, constituinte dos Territórios Ultramarinos Britânicos.
O arquipélago foi descoberto em 1506 pelo português Tristão da Cunha e é na ilha principal que se encontra a pequena povoação de Edimburgo dos Sete Mares, capital e única área urbana deste território. Edimburgo dos Sete Mares situa-se numa pequena fajã e está ladeada de penhascos com mais de 600 m de altitude. Sem aeroporto, o povoado conta apenas com um porto pesqueiro, uma escola, um posto dos correios, um hospital, um museu, um café, um bar e duas igrejas, uma anglicana e outra católica. A venda de selos de coleção e a pesca da lagosta, exportada para os Estados Unidos e o Japão, são as fontes de rendimento dos habitantes deste lugar inóspito. Com apenas 3 km2, a Ilha de Nightingale é conhecida pelos mitos de que guarda tesouros piratas, recebendo apenas visitas de lazer e de investigação científica. A Ilha Inacessível, um vulcão extinto, conta com 14 km2 e é, junto com a Ilha Gonçalo Álvares, Património Mundial da UNESCO. A riqueza dos ecossistemas das ilhas e das águas que as envolvem é notável. Importantes colónias de aves marinhas e espécies endémicas de aves e plantas fazem de ambas as ilhas, verdadeiros tesouros naturais. Na Ilha Gonçalo Álvares, com 91 km2, existe uma estação meteorológica, controlada por seis funcionários da África do Sul, os únicos habitantes desta porção de terra no meio do Atlântico, também visitada por equipas de biólogos. Tanto os operadores da estação meteorológica como os cientistas ficam por um período de um ano, sendo abastecidos à chegada com tudo o que precisam para permanecer na ilha durante esse período.
Só há três barcos anuais que levam visitantes até Edimburgo dos Sete Mares, a partir de Ushuaia, na Argentina. Sem infraestruturas de apoio ao turismo, os visitantes só embarcam para a ilha com viagem de regresso confirmada. Viajar para Tristão da Cunha é, por isso, um desafio apenas ao alcance dos mais audazes.
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